quinta-feira, 10 de abril de 2008

Delicadezas.

São as delicadezas.
Nasci assim, estranha.

Admiro o caminho das formigas. Acompanho, por detrás, com o dedo, o caminho traçado. Chegará a pequenina em seu destino? E será que seu destino era chegar?
Gosto tanto do orvalho em folhas. Quantas e quantas vezes acordei cedo, bem cedo, só pra deitar em grama úmida e sentir todos os humores da terra.
Adoro perninhas de pássaros, saltitantes, sempre em seus dois passinhos pulados. São a lembrança eterna de que, se não der certo, simplesmente dê dois pulinhos.
Amo caixinhas de música, ouvir a mesma pequena e delicada música por uma infinidade de vezes, incontável. E dar corda, recomeçando um ciclo.
Cheiro de livros , quaisquer. Perfume de jasmim, a qualquer hora. Vagalumes.
gatinhos, bolhas de sabão, cobertores, sonecas no ombro amado, violetas e azaléias.
amores vividos e sonhados, chicletes, café fresquinho, chá de todos os tipos.
Bolachinhas com formatos. papel de parede de pequenas flores, lençóis floridos, cheiro de talco de vó, desenho de criança, guache, fotos de verão. cinema com pipoca e mãos dadas com manteiga.
limonada suiça, morango com marshmellow. afago nos cabelos. sorriso e abraço de criança.
pular corda, pega-pega, amarelinha.
cantar canção de ninar até amanhecer.

tudo assim, contínuo.

coalas recheados.

suspiros pela noite adentro.







- queria eu ser menos intensa e só olhar a vida pela janela, a passar.

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