
Tava lá dona Coelha sentada no topo da ladeira.
Olhava pra cima, pro céu cinza,
olhava pra baixo, mundo que ia-e-vinha.
Coçou a barriguinha,
cutucou orelha,
passou pata nos olhinhos.
Era estranho, uai,
estranho.
Coelhinho não nasceu pra ser sozinho.
Ué, Coelhinha também não.
(...dias...)
Então, depois de olhar pra ladeira muitos dias,
sentou do lado dela um Coelho todo brincalhão,
e ela ali, batendo patinha, brava-brava:
- se ele me cutuca assim, vai que passa o Coelho-da-Vida,
e puf, perco.
Puf.
Ela não sabia, mas eu conto:
essa dona Coelha não enxerga bem,
porque eu aqui acho é que esse Coelhinho aí é que é o da Vida dela...